terça-feira, 15 de março de 2016

O Mestre Interior



O Mestre Interior



Muitas pessoas são levadas a procurar escolas, ordens ou fraternidades iniciáticas, geralmente com intuito de aprender ou assimilar algo. Porem quando são iniciadas, uma parcela fica perdida, sem saber o que quer ou o que esta fazendo dentro da organização.
Alguns acreditam que seguindo os preceitos da ordem e mantendo uma conduta reta, praticando a justiça, combatendo os vícios, e praticando a benemerência, estão progredindo e alcançarão a luz conforme foram instruídos quando do ritual de iniciação.
Ledo engano! Para alcançar a luz é preciso muito mais que isto. É obvio que elevando as virtudes e combatendo as injustiças, os vícios, alguma mudança ocorre com o lado psíquico da pessoa, mas se ficarmos somente com esta prática creio  muito difícil alcançarmos um desenvolvimento ao ponto de nos considerarmos Portadores de Luz.
É tarefa dos frateres mais adiantados, orientar os neófitos neste mister. Aqueles que esperam e almejam atingir a meta da plena expressão do ser, logo de inicio se apercebem que é preciso um trabalho árduo e intenso.
Os neófitos que estão propensos a alcançar seus propósitos, são tocados profundamente pelo simbolismo da iniciação e percebem que o esquife no umbral de iniciação, simboliza a morte do profano e o renascimento do Novo Homem. O despertar do Novo Homem.
Porem o que é o Novo Homem? Alguns místicos chamam este Novo Homem de o Verdadeiro Homem, o Homem Real, a Expressão Divina do Ser, Corpo Psíquico, o Mestre Interior e tantos outros. Fiquemos com Mestre Interior.
Ele é imortal, incorruptível e imaterial, ao passo que o homem que conhecemos é mortal, corruptível e material. Ele entra em nosso corpo juntamente com a Energia Essencial de Vida, ou Energia Vital no momento de nossa primeira inspiração.
Durante toda nossa vida vai procurar nos orientar em nossas decisões, mas não lhes damos ouvidos. Vamos reprimindo suas tentativas de expressar-se até o mantermos nos grilhões ficando aniquilado, passando a ser prisioneiro onde deveria ser rei.
 Em nossa jornada na senda, temos que aprender a libertar nosso Mestre Interior, pois ele conhece a verdade e representa a Expressão Divina de nosso ser.
Temos que aprender a dar ouvidos à sua voz e aí é que reside o maior problema do homem material, pois estamos acostumados a agir e pensar conforme nossa mente objetiva raciocina.
No momento que aprendemos a seguir nossa intuição, os problemas que enfrentamos em nossa vida diária, começam a ser resolvidos mais facilmente.
Podemos ouvir nosso mestre interior a qualquer momento mesmo no estado objetivo, quer seja, não é necessário entrarmos em transe ou estado meditativo, e nossa compreensão do mundo vai se tornando diferente, passamos a ter outra visão da vida.
Para tal, temos que aprender a ouvir com os ouvidos do Mestre, ver com os olhos do Mestre, sentir com o tato do Mestre e falar com a voz do Mestre. A caminhada para tal intento é íngreme e penosa como escalar uma montanha, porem como dizem os místicos “muitas são as vistas que se descortinam para aqueles que alcançam o cume da montanha”.
O neófito deve aprender que somos seres duais e ir alcançando os degraus da escada que o leva à ascensão celestial através de um sistema de estudos e práticas que gradativamente o colocará frente a frente com seu Mestre Interior, pois como é dito, quando o discípulo esta preparado o mestre se apresenta.
A concentração seguida da meditação são processos de introspecção e através destes e outros métodos preparamos e desenvolvemos o Mestre Interior para o advento de seu reino e de sua Maestria.
O corpo físico é o templo no qual habita o Mestre e onde ele tem permanecido aprisionado.
Libertemos pois o mestre interior para alcançarmos a Paz Profunda!



Nilson Lauro Bulgarelli, FRC, M.`.M.`.
     


Outubro de 2001




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