terça-feira, 15 de março de 2016

Mantova - O Sangue de Cristo

SÃO LONGINO E O SANGUE DE CRISTO 12/03/2016

 Mantova São Longino e o Sangue de Cristo


 A ORIGEM DE MANTOVA


 Gostaríamos de compartilhar com nossos amigos, uma de nossas experiências vividas em nossa viagem à Mantova – Itália, em Abril e Maio de 2015. Tivemos o privilégio de passarmos a sexta-feira Santa e a Pascoa, nesta cidade. Dentre vários pontos turísticos, destacamos hoje, a Basilica de Sant´Andrea, onde encontra-se a relíquia do Sangue de Cristo. Esta relíquia fica no subsolo da Basílica em um local lacrado à sete chaves, e só pode sair de lá uma vez por ano, justamente na sexta-feira da Paixão, e fica neste dia, na nave central da Basílica, vigiada enquanto permanece por lá, por dois guardas de gala da polícia do município. Há todo um cerimonial que é conduzido pelo Clero e autoridades municipais, em um ritual de longa duração acompanhado pela população. Pudemos acompanhar todo o cerimonial e ficarmos muito próximos da relíquia. Segue uma breve descrição da cidade de Mantova e um pouco da história de São Longino.


 Segundo a mitologia Manto, filha de Tirésias, fugiu de Tebas após a morte de seu pai, partindo para uma longa viagem. Manto começou a vagar por diversos países até parar em um território completamente pantanoso. Ali, as suas lágrimas de saudades criaram um lago com uma propriedade mágica de conferir capacidades proféticas para aqueles que ali matassem a sua sede. Manto casou-se com Tosco e seu filho Ocno fundou às margens do lago uma cidade de nome “Mantua” em homenagem a sua mãe. Essa lenda é contada por Virgílio na Eneida e por Dante Alighieri, na Divina Comédia Humana - 20º. Canto – Inferno. Fonte: Página oficial da Província de Mantova - Facebook 

Piazza Andrea Mantegna.

Há poucos passos da Piazza delle Erbe se encontra a Piazza Mantegna que abriga a basílica renascentista dedicada a Santo André. A Basilica di Sant’Andrea é a maior igreja de Mântua e foi construída no local onde se deu a descoberta da relíquia de Sangue de Cristo.





 Longino, um dos centuriões que vigiavam a cruz do Senhor por ordem de Pilatos, foi quem perfurou o flanco do Senhor com a lança, mas vendo os prodígios que então aconteceram - o sol ficou escuro e a terra tremeu -passou a acredi­tar em Cristo. Dizem que isso se deveu ao fato de algumas gotas do san­gue de Cristo terem escorrido pela lança e caído em seus olhos, até então turvados por doença ou por velhice, e que imediatamente passaram a ver com nitidez. Primeiro cabe falar da basílica em si mesma, da arquitetura arrojada e da decoração rica, criativa e bela. Começou a ser construída no século XV e só foi terminada no século XVIII. É bonita demais! Não tem uma só pilastra. Seus enormes vãos livres, tanto na nave central quanto nas cúpulas, são, ao mesmo tempo, um desafio e um feito extraordinário da arquitetura. Sem dúvida um monumento ao gênio humano. As capelas laterais, que formam o braço da cruz, são, também, enormes, desprovidas de pilastras e artisticamente decoradas. Uma delas, à esquerda, guarda um quadro de Andrea Mantegna, "Sagrada Família", o que, por si só, já justificaria a visita. Os artistas que fizeram as pinturas que a decoram, usaram e abusaram (no melhor sentido) da técnica do "trompe l'oeil", aquela em que a pessoa que aprecia tem a visão iludida porque fica com a impressão de que está diante de esculturas e não de pinturas. Sensacional! Quanto ao aspecto religioso propriamente dito, a Basílica tem uma rica história, ditada pela tradição cristã. O seu coração, o ponto central, é um octógono, com uma placa de bronze no centro, onde estaria guardado o sangue de Cristo, trazido diretamente do Gólgota para Mantova pelo soldado romano Cassius Longinus. Reza o Evangelho de João (19:34) que "...um dos soldados abriu-lhe o lado com sua lança, e imediatamente saiu sangue e água". Pois bem Longinus seria o tal soldado. Sofria de uma doença nos olhos e, ao ser tocado por gotas do sangue que caia, ficou curado. Converteu-se, guardou o sangue numa ampola e veio escondê-la em Mantova, onde acabou martirizado. Estaria enterrado no local onde hoje está a Basílica. É venerado pela Igreja Ortodoxa como Mártir e pela Católica como Santo. Aí está o nosso São Longuinho, aquele para quem se apela, dando três pulos, quando se perde alguma coisa e se quer a ajuda do santo para achá-la. Essa tradição, também conhecida dos italianos, decorre do fato dele ter escondido/guardado o sangue de Cristo e, em razão disso, ser patrono dos que perderam algo. Sem dúvida uma tradição muito interessante. Portanto, a Basilica di Sant'Andrea di Mantova é rica em todos os sentidos, razão pela qual deve ser visitada; inclusive pelos que não creem, mas gostam de adquirir novos conhecimentos e ver coisas bonitas, enriquecendo-se culturalmente.

Clarice no interior da Basílica de San´Andreas.




Cúpula central da Basílica.




Urna onde se encontra os Cálices com o Sangue de Cristo, fica no subsolo da Basílica.
Esta é a vista frontal da urna.



Vista posterior da urna.



Nilson junto a urna.



Vista da cidade de Mantova.

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